Em entrevista ao libertytuga um blog de curiosos.
Preferes trabalhar em televisão ou escrever livros? Qual das duas te dá mais prazer e em qual sentes que és melhor?
Cada uma tem o seu encanto. Os livros dão-me paz porque os faço em silêncio e com tempo, a tv é um pouco mais corrida, obriga a prazos, a um stress que não se compadece com inspirações. Não sinto que possa dizer que sou melhor nisto ou naquilo, até porque eles se complementam porque os livros que edito são de humor e não poucas vezes já usei na tv textos de livros meus. De todos eles sem excepção.
Já alguma vez disseste “Eu amo você” do fundo do coração a alguém?
Claro que sim, seria uma pessoa muito infeliz se nunca o tivesse dito ou se não o dissesse regularmente.
Embora de todas as vezes que faço a rubrica e o digo duzentas vezes, é sempre do fundo do coração.
De onde vem o “eu amo você”?
De duas situações distintas. Em 2006 estava de férias no Brasil e um casal amigo estava noutro hotel e um dia liguei para o quarto deles a dizer: Eu amo você. Quem atendeu foi a minha amiga e ela não achou muita piada, então continuei a ligar várias vezes durante 13 dias sem nunca lhes dizer que era eu. Quando começou o 5 Para a meia-noite pediram que fizéssemos um telefonema, eu disse que ia ligar a dizer apenas isso. Na altura todos disseram que era meio tolo mas o que é certo é que resultou.
Nilton é mesmo o seu nome ?
Sim, é o meu primeiro nome. Sei que poderá soar a jogador brasileiro a jogar na distrital mas o que é certo é que nasci em Angola e nos anos setenta era muito famoso um cantor chamado Nilton César. Veio daí a inspiração. Lá em casa é tudo assim, a minha mãe chama-se Persea.
Adoro, a stand up Comedy é a grande base do meu trabalho, coloco-a à frente de tudo o que possa fazer. Essa é a minha profissão e está sempre à frente de tudo o resto e se for como amigos meus melhor ainda. Há muitos anos que sentia saudades de o fazer e depois de ter estado a actuar no brasil em 2008 senti o que já não sentia desde o Levanta-te e ri, a magia de estar em palco e em digressão com amigos. É um projecto fantástico e onde nos divertimos imenso!
Qual foi a coisa que te deu mais gozo na vida?
Até hoje é só ter feito o que me apetece e o ter conseguido fazer tudo a que me propus. Claro que o facto de ter vindo morar para Lisboa, ter conseguido o meu espaço na Comédia, o ser contratado para actuar para as maiores empresas em Portugal e multinacionais, o editar livros, fazer programas de tv, tanta coisa que me deixa feliz e realizado. Isso e três holandesas que iam agora mesmo a passar ali na rua.
De onde surgiu a ideia do “Eu Amo Você!” e do “Paga o que deves!”?
O Eu amo você é como disse na outra resposta, o Paga o que deves foi uma ideia tola porque queria acabar com o Eu amo você da primeira para a segunda série do programa. Então pensei numa frase que poderia deixar as pessoas irritadas e com vontade de reagir porque queria levar a questão do telefonema para um nível mais agressivo porque às vezes quando ligava só a dizer eu amo você as pessoas não reagiam. Como estamos em crise e toda a gente deve alguma coisa a alguém, lembrei-me dessa frase.
O que mais gostas na internet?
A quantidade de informação que temos ao nosso dispor. Gasto a maioria do tempo que aqui estou a sacar informação, sou viciado em saber coisas. Estou ligado 24h, ou no computador, ou no telefone ou no ipad, estou sempre on line.
Que acha da comédia em Portugal? esta bastante evoluiada comparada com os restantes países?
Sim, estamos em grande nível o que é normal porque quando começámos já a coisa estava bastante desenvolvida nos outros países e se essa é a nossa base é natural que acompanhemos a carruagem ao mesmo nível. Vejo muita stand up no estrangeiro e posso garantir que não ficamos atrás de ninguém. Aliás, em relação ao Brasil e a Espanha até fomos muito mais avançados a começar com a stand up comedy. Eles só começaram muito depois de nós.
Gosto, embora gostaria mais se tivessem as tais fotos das holandesas que falei há pouco. Acho que não ficaria mal e os visitantes agradeciam.
Abraços e não deixem a torneira aberta quando lavarem os dentes.